Brincadeiras intergeracionais
- João de Luca Refundini
- 23 de abr.
- 3 min de leitura
Em um mundo em que as rotinas são cada vez mais corridas e o contato entre gerações se torna limitado, encontrar formas de unir avós e netos em torno de atividades significativas é um verdadeiro tesouro. E entre todas as possibilidades, o brincar se destaca como uma das mais potentes. Brincar é linguagem universal, é memória, é afeto. E quando o brincar é compartilhado entre diferentes gerações, ele se transforma em ponte: une tempos, histórias e corações.
As chamadas brincadeiras intergeracionais são aquelas que atravessam o tempo e podem ser compartilhadas por adultos e crianças. Elas permitem que avós e netos (e por que não os pais também?) se reúnam em torno de atividades que são ao mesmo tempo simples, divertidas e profundamente significativas. E o melhor: ajudam a desenvolver habilidades essenciais, promovem o bem-estar emocional e criam memórias que ficam para a vida toda.
Brincadeiras clássicas que não podem ser esquecidas
Pião: girar um pião no chão, tentando mantê-lo em movimento o maior tempo possível, é um desafio motor delicioso. Trabalha coordenação, força dos dedos, paciência e foco. E mais: é quase hipnótico, encantando tanto crianças quanto adultos.
Ioiô: outro clássico de gerações passadas, o ioiô exige ritmo, controle motor e muita concentração. Ensinar os movimentos, acompanhar a evolução dos netos e comemorar as "manobras" cria uma atmosfera de incentivo e cumplicidade.
Jogo das 5 Marias: Tão simples quanto genial, esse jogo de destreza com saquinhos ou pedrinhas treina a coordenação motora fina e a percepção espacial. Os avós costumam ter técnicas próprias, e ensiná-las às crianças é uma forma delicada de transmitir cultura e afeto.
Mini fliperama: pequenas versões de fliperamas de mesa encantam gerações pela sua dinâmica divertida e desafiadora. Jogar juntos é exercitar a paciência, a concentração e o raciocínio rápido, em um ambiente de descontração e companhia.
Jogo do palito: conhecido também como pega varetas, esse jogo convida à precisão dos movimentos e à tomada de decisão com calma. É uma brincadeira simples, mas que ativa a mente e aproxima pessoas de diferentes idades com um desafio comum.
Dominó: muito mais do que combinar peças iguais, o dominó é um jogo de estratégia, sequência e percepção visual. É também um convite à conversa tranquila, ao tempo compartilhado e à paciência em grupo.
Aquaplay: esse brinquedo clássico dos anos 80 e 90 proporciona um desafio de coordenação e foco através de movimentos suaves e intuitivos. O simples ato de tentar encaixar as argolas ou bolinhas nos lugares certos desperta curiosidade e diverte todas as idades.
Jogo da memória eletrônica: um verdadeiro clássico das memórias auditiva e visual. Repetir as sequências de luzes e sons estimula o raciocínio, a atenção e, claro, a competitividade divertida entre avós e netos.
Peteca: jogar peteca é exercitar o corpo, a atenção e o ritmo, tudo ao mesmo tempo. Além de ser uma atividade física leve, é também uma oportunidade de brincar ao ar livre, rindo e se movimentando juntos.
Brincadeiras que dispensam brinquedos: imaginação, movimento e conexão
Nem toda brincadeira precisa de objetos para ser rica e divertida. Algumas das mais marcantes são feitas apenas com o corpo, a voz e a criatividade. São brincadeiras que convidam ao movimento, à socialização e ao improviso, com grandes benefícios para crianças e adultos.
Amarelinha: com um simples giz ou traço no chão, a amarelinha estimula o equilíbrio, a coordenação motora e o raciocínio lógico. É uma brincadeira clássica, acessível e perfeita para todas as idades.
Estátua: uma brincadeira rápida e divertida que desafia o controle corporal e a atenção. A criança precisa parar instantaneamente ao ouvir o comando, estimulando reflexos e foco.
Telefone sem fio: excelente para exercitar a escuta, a linguagem e o bom humor! O desafio de manter a mensagem correta até o final da roda gera muitas risadas e revela como a comunicação pode se transformar.
Pega-pega e esconde-esconde: clássicos do movimento livre, essas brincadeiras estimulam a agilidade, o espaço corporal e a convivência em grupo. Também ajudam a gastar energia de forma saudável e divertida.
Cantigas de rodas: cantar e dançar juntos em roda ativa a memória musical, o ritmo, a coordenação e promove interação afetiva entre todos os participantes.
Essas brincadeiras têm algo em comum: atravessam o tempo com a mesma força de encantamento. Elas dispensam tecnologia, mas exigem presença. E é justamente por isso que são tão poderosas: ensinam sem força, conectam sem pressa, desenvolvem sem imposição.

Na Minha Bag Criativa, acreditamos que brincar é uma forma de contar histórias, e que cada brincadeira clássica carrega um pedaço da história da família. Por isso, em breve, lançaremos a Bag Old Is Cool – um kit especial com brinquedos e jogos tradicionais para resgatar a magia das brincadeiras intergeracionais e criar novas memórias entre pais, filhos e avós. Porque brincar, mais do que tudo, é estar junto.
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