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A Importância do erro no processo de aprendizagem infantil

  • Foto do escritor: João de Luca Refundini
    João de Luca Refundini
  • 21 de mai.
  • 4 min de leitura

Na trajetória de crescimento de uma criança, o erro não é um desvio do caminho — é o caminho. Enquanto a sociedade muitas vezes celebra apenas os acertos e os resultados finais, é no processo de tentativa, falha e ajuste que se constroi a verdadeira aprendizagem. Errar não é um sinal de incapacidade, mas uma ferramenta poderosa para desenvolver criatividade, autonomia e resiliência.  


 Por que o erro é tão essencial?  

  • Ativa o cérebro em crescimento: Quando uma criança erra, seu cérebro entra em modo de "detecção de discrepância" — um mecanismo que compara o resultado esperado com o real, reforçando conexões neurais e fixando aprendizados.  

  • Fomenta a curiosidade: Se todas as respostas fossem óbvias desde o início, não haveria espaço para perguntas, experimentação ou descobertas inovadoras.  

  • Prepara para a vida real: O mundo não é feito apenas de acertos. Saber lidar com frustrações, recalcular rotas e persistir diante de obstáculos são habilidades fundamentais para o futuro.  


O erro como etapa natural do aprendizado

Do ponto de vista cognitivo, o cérebro aprende mais com os erros do que com os acertos imediatos. Isso acontece porque:  

  • O erro gera reflexão: Quando algo não dá certo, a criança é levada a pensar: "Por que não funcionou? O que posso mudar?"  

  • Fortalece a memória: Ajustar uma estratégia falha exige maior esforço mental, o que ajuda a consolidar o conhecimento.  

  • Desenvolve flexibilidade cognitiva: A criança aprende que existem múltiplas formas de resolver um problema, não apenas uma "resposta certa".  

Uma criança que tenta montar um quebra-cabeça e insiste em encaixar a peça no lugar errado está, na verdade, treinando sua percepção espacial. Quando percebe o equívoco e tenta de outra forma, ela está exercitando o pensamento crítico — muito mais valioso do que simplesmente receber a resposta pronta.  


Aprendendo sem medo: o impacto emocional do erro 

A forma como o erro é encarado define se ele será um degrau ou uma barreira no desenvolvimento infantil.  

Cultura do medo vs. Cultura do crescimento  

  • Quando o erro é punido ou criticado: 

    • A criança pode desenvolver medo de tentar, preferindo atividades fáceis para evitar falhas.  

    • Surge a mentalidade fixa ("Não sou bom nisso e nunca serei").  

  •  Quando o erro é acolhido e discutido:  

    • A criança entende que capacidades podem ser desenvolvidas com prática e esforço (mentalidade de crescimento).  

    • Aprende a valorizar o processo, não apenas o resultado.  


Em vez de "Errou de novo?", experimente: "O que essa tentativa te ensinou?"  


O papel do adulto: como ajudar a criança a aprender com os erros

Os adultos são facilitadores nesse processo. Suas reações moldam a maneira como a criança enxerga suas próprias falhas.  

Estratégias para valorizar o erro:  

  • Normalizar o erro: "Todo mundo erra — até eu! Olha quando isso aconteceu comigo…"  

  • Incentivar a autoanálise: "Por que você acha que isso não deu certo? Vamos testar outra ideia?"  

  • Celebrar o esforço, não só o acerto: "Adorei como você tentou resolver isso de maneiras diferentes!"  

  • Oferecer desafios ajustáveis: Se uma tarefa é muito difícil e gera frustração constante, adaptar (ex.: diminuir a complexidade ou dividir em etapas).  

Thomas Edison, ao ser questionado sobre suas milhares de tentativas falhas antes de inventar a lâmpada, respondeu: "Não falhei. Só descobri mil maneiras que não funcionam." Essa mentalidade pode — e deve — ser cultivada desde a infância.  


Errar brincando: o poder do jogo livre

O brincar é o cenário perfeito para experimentar o erro em um ambiente seguro e sem pressão.  

Como os diferentes tipos de brincadeira ajudam:  

  • Jogos com regras (como tabuleiro ou esportes): Ensinam que errar faz parte da dinâmica — e que sempre há uma nova rodada para tentar de novo.  

  • Brinquedos de construção (blocos, legos): Mostram que estruturas podem cair, mas também podem ser reconstruídas de formas ainda melhores.  

  • Faz de conta: Permite simular situações e testar reações sem consequências reais (ex.: uma criança que "erra" ao cuidar de uma boneca pode repensar suas ações na fantasia).  


Dica da Minha Bag Criativa:  

Nossos brinquedos são projetados para encorajar a experimentação. O "Kit Inventor", por exemplo, traz peças soltas que podem ser combinadas de infinitas formas — sem instruções rígidas, porque acreditamos que "errar" ao montar é justamente onde surge a inovação.  


Errar é humano - aprender com os erros, também!


Em um mundo que pressiona por perfeição, permitir que as crianças vivam o erro sem culpa é um presente para seu desenvolvimento. Quando um adulto diz "Tudo bem, vamos tentar juntos?", ele não está apenas consolando — está ensinando que:  

  • O crescimento vem do esforço, não da ausência de falhas.  

  • Cada erro é uma oportunidade de descobrir algo novo.  

  • A confiança não se constrói em acertos fáceis, mas na superação de desafios.  

Na Minha Bag Criativa, nossos brinquedos não têm "jeito certo" — porque acreditamos que o verdadeiro aprendizado começa onde o medo de errar termina.  


Ideias para colocar em prática hoje

  • Conte para uma criança sobre um erro que você cometeu e o que aprendeu com ele.  

  • Transforme um "fracasso" em uma investigação divertida ("Por que será que essa torre caiu? Vamos testar outras bases!").  

  • Elogie o processo ("Gostei da sua persistência!") mais do que o resultado.  

 
 
 

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