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Entre Repetições e Descobertas: O Desafio de Criar uma Criança com TEA

  • Foto do escritor: Melina Natulini
    Melina Natulini
  • há 6 dias
  • 2 min de leitura

Criar uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um processo que exige mais do que amor — exige reinvenção diária. Um dos desafios mais comuns e emocionalmente desgastantes para muitas famílias é lidar com os interesses restritos dos filhos: aquele único brinquedo, o desenho repetido à exaustão, a música que ecoa pela casa todos os dias. A sensação de estar presa em um looping constante pode ser sufocante. E a pergunta que muitos pais se fazem, muitas vezes com culpa, é: “Por que isso me incomoda tanto?”


Esse incômodo nasce da sobrecarga, da frustração de querer oferecer um mundo inteiro para a criança e se deparar com um único corredor percorrido infinitas vezes. Há também o desejo legítimo de preservar um espaço próprio — de escutar outra música, de ver algo novo, de respirar fora do universo do filho, por mais que ele seja amado. Reconhecer esse sentimento é essencial, e não deve ser confundido com rejeição ou impaciência. É simplesmente humano.


Ao invés de tentar apagar esses interesses fixos, é possível utilizá-los como ponto de partida. Com criatividade e paciência, eles podem se transformar em pontes para o novo: um livro diferente com o mesmo tema, uma nova atividade que se conecta ao que a criança já ama. Aos poucos, o mundo se amplia, respeitando o tempo da criança — e o fôlego de quem cuida.


Adaptar a vida à criança com TEA não significa abrir mão de si mesma. É, na verdade, um exercício constante de equilíbrio. E nesse processo, cada pequeno avanço é uma conquista. Acolher o que é fixo, mas também abrir espaço para o novo, é possível — e profundamente transformador.


 
 
 

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