O próximo passo depois dos pré requisitos.
- Melina Natulini
- 7 de ago.
- 1 min de leitura
Após a conquista dos pré-requisitos no desenvolvimento da criança com TEA como atenção compartilhada, imitação, contato visual e a capacidade de seguir instruções simples o próximo grande passo é o mais transformador: a comunicação funcional. Mais do que falar, comunicar-se é ser compreendido. Quando uma criança autista consegue expressar o que quer, sente ou precisa de forma clara para os outros, sua qualidade de vida melhora significativamente. Isso porque, muitas vezes, os comportamentos desafiadores surgem da frustração por não conseguir se comunicar.
Talvez os pais mais próximos consigam entender a criança com base nos gestos, olhares ou pela rotina que já conhecem. Mas e o resto do mundo? Como garantir que essa criança seja compreendida na escola, na terapia, no parque, no dia a dia? Por isso é tão importante ensinar a comunicação funcional de forma sistemática. Seja apontando, trocando figuras, usando gestos, dispositivos de comunicação alternativa e aumentativa ou, quando possível, por meio da fala verbal, o essencial é que a criança tenha uma forma de se comunicar que seja compreendida pelas pessoas ao seu redor.
Adivinhar o que a criança quer pode parecer um gesto de carinho, mas na verdade impede que ela desenvolva suas habilidades de comunicação. Quando souber o que ela quer, aproveite como uma oportunidade de modelar, ou seja, dar o exemplo de como ela pode se expressar. Incentive, espere, reforce cada tentativa. Comunicou, ganhou — essa deve ser a base do ensino da comunicação funcional.
A comunicação funcional é mais do que uma meta terapêutica. É vida. É oferecer à criança a oportunidade de participar, de ser ouvida, de fazer escolhas e, acima de tudo, de conquistar autonomia.
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