Entendendo as emoções

Nem sempre é fácil para as crianças com TEA expressarem o que sentem seja para contar algo que aconteceu ou para dizer como se sentiram em determinada situação. Muitas vezes, elas têm dificuldade em colocar em palavras o que estão vivendo por dentro, e acabam demonstrando isso de outras formas.

É comum, por exemplo, que expressem alegria através de estereotipias (movimentos repetitivos, como balançar as mãos ou pular) e que mostrem frustração com gritos, choros ou até comportamentos agressivos. Isso não significa “birra” ou “falta de limites”, mas sim uma forma de comunicação  é o jeito que encontraram de dizer: “tem algo acontecendo comigo e eu não sei como mostrar de outro jeito”.

Por isso, é muito importante ensinar pouco a pouco como cada sentimento pode ser expresso. Esse processo costuma ser mais demorado, porque envolve várias etapas: primeiro o sentimento precisa surgir, depois ser entendido (entender o que é, como tristeza, raiva, medo ou alegria), e só então expressado de uma forma mais adequada. O que para muitos é algo automático, para as crianças com TEA pode ser um verdadeiro aprendizado.

Podemos ajudar com recursos visuais (como carinhas de emoções, cartões ou histórias sociais), exemplos do dia a dia, e, principalmente, com paciência e validação.

Sempre que a criança conseguir expressar o que sente mesmo que seja de um jeitinho simples, como apontar uma figura ou usar uma palavra isso precisa ser reconhecido e valorizado. Assim ela vai entendendo que esse é um bom caminho para se comunicar e será mais provável que repita esse comportamento no futuro.

O mais importante é lembrar que cada avanço, por menor que pareça, é uma grande conquista. As crianças aprendem que sentir é natural — e que tudo bem demonstrar isso do seu jeito.